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2012 - Livro Vermelho 2013

Ottelia brasiliensis (Planch.) Walp. NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 08-08-2012

Criterio:

Avaliador: Eduardo Pinheiro Fernandez

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Ottelia brasiliensis ocorre amplamente distribuída em ambientes aquáticos nos Estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Mesmo não sendo muito bem representada em herbários, a espécie aparenta possuir densas subpopulações nas suas localidades de ocorrência, especialmente em áreas onde os cursos d'água são represados. Cook; Urmi-Konig (1984) relataram em sua revisão sobre o gênero a carência de dados sobre este táxon, e esta deficiência parece persistir até os dia de hoje, com poucas publicações específicas lançadas desde então. Por ocorrer somente em um tipo de habitat com forte dependência deste para se estabelecer, em dois domínios fitogeográficos (Mata Atlântica e Cerrado, hotspots da biodiversidade), altamente alterados historicamente por atividades antrópicas severamente impactantes, especialmente em ambientes aquáticos, a espécie foi considerada "Quase Ameaçada" (NT), demandando estudos mais precisos sobre densidade demográfica e distribuição.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Ottelia brasiliensis (Planch.) Walp.;

Família: Hydrocharitaceae

Sinônimos:

  • > Beneditaea brasiliensis ;
  • > Damasonium brasiliense ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Descrita em Annales Bot. Systematicae, (Leipzig), 3(3): 510, 24-25. Aug. 1852.

Distribuição

Distribui-se em uma área relativamente bem definida no Sudeste do Brasil, Paraguai e nordeste da Argentina (Cook; Urmi-König, 1984); ocorre nos Estado do Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná (Bove, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas, monóicas, anuais ou talvez perenes (Cook; Urmi-König, 1984); submersas (Pott et al., 2011).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção. Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do Nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobrexploração dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Opovoamento do Cerrado teve início há cerca de 11.000 anos. Até meados da décadade cinqüenta, a região permaneceu praticamente isolada devido à ausência devias de transporte. Com a implantação de Brasília na década de sessenta, oCerrado sofreu mudanças marcantes em seus aspectos físicos, biológicos, sociaise culturais. A urbanização rápida, o crescimento das cidades antigas e aexpansão da fronteira agrícola exercem até os dias atuais uma forte pressãosobre a região do cerrado, provocando os mais variados tipos de impactosambientais negativos. Deacordo com o estudo da ConservationInternational, dos 1.783.200 km² originais do Cerrado, restam intactosapenas 356.630 km², ou 20% do bioma original (Camillo, 2008).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada "Em Perigo" (EN) pela Lista vermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

Referências

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná, Curitiba, PR, p.139, 1995.

- POTT, V.J.; POTT, A.; LIMA, L.C.P.; MOREIRA, S.N.; OLIVEIRA, A.K.M. Aquatic macrophyte diversity of the Pantanal wetland and upper basin., Brazilian Journal of Biology, v.71, p.255-263, 2011.

- BOVE, C.P. Ottelia brasiliensis in Ottelia (Hydrocharitaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB030040>.

- CAMILLO, J. Germinação e conservação de germoplasma de algodão-do-campo [Cochlospermum regium (Mart. ex. Schrank) Pilger] - Cochlospermaceae. Mestrado. : Universidade de Brasília (Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária), 2008.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- COOK, C.D.K.; URMI-KÖNIG, K. A revision of the genus Ottelia (Hydrocharitaceae)., Aquatic Botany, Amsterdam, v.20, p.131-177, 1984.

- POTT, V.J.; POTT, A. Checklist das macrófitas aquáticas do Pantanal, Brasil., Acta Botanica Brasilica, v.11, p.215-227, 1997.

Como citar

CNCFlora. Ottelia brasiliensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Ottelia brasiliensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 08/08/2012 - 17:18:37